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Indústria de cana critica Pis-Cofins sobre etanol

Unica avalia que governo perdeu oportunidade de incentivar energia renovável
 
A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) criticou o aumento das alíquotas de Pis-Cofins sobre o etanol, incluído na decisão tomada pelo governo na semana passada. Para a entidade, é um sinal de que “não há qualquer traço de política pública para viabilizar o consumo de combustíveis renováveis”.
 
Em nota, a entidade disse lamentar a estratégia adotada pelo governo. Argumenta que o setor sofrerá o impacto da medida de duas formas: uma pelo aumento da sua própria carga tributária e outra pelo aumento do diesel.
 
“Depois de amargar seis anos de controle e preços da gasolina e de desoneração tributária desse combustível em relação ao etanol hidratado, o setor é induzido a pagar novamente a conta”, diz o comunicado.
 
A entidade que representa as usinas de cana do Centro-sul argumenta que o aumento do Pis-Cofins para a gasolina foi de R$ 0,30 por litro. O do etanol foi de R$ 0,32 por litro, considerando a soma das novas alíquotas estabelecidas para o produtor (R$ 0,13) e para o distribuidor (R$ 0,19).
 
Com isso, diz a Unica, o aumento de impostos tira a competitividade do etanol, além de ir contra o que a entidade chama de “descarbonização da matriz de combustíveis”. “É uma política pública para estimular o consumo de combustíveis fósseis.”
 
A indústria de cana-de-açúcar defendia a tributação maior apenas sobre os derivados de petróleo. Argumentava que a diferenciação tributária seria um reconhecimento da maior eficiência ambiental do etanol em relação aos combustíveis fósseis.
 
“O que se constata nessa decisão do governo é que não há qualquer traço de política pública para viabilizar o consumo de combustíveis renováveis. Se houvesse, o etanol teria ficado fora desse aumento de tributos”, diz a União da Indústria de Cana-de-açúcar.
 
Fonte: Revista Globo Rural